(Foto de Maria Flores Olhares.com)
Prendo,
Com um sopro de vento
Palavras soltas
À flecha que invento...
Punhado de letras
(que me sai do coração)
Viravolteia como um pião
No calcanhar do poema...
Aferram-se-me aos dedos
(Vou ter que os sacudir!)
Como um filho se aferra
Às saias da Mãe na hora de partir...
Esta flecha que vou lançar
Aos confins da tua boca
É para rasgar o silêncio
Do verso que fica em mim...
Vai carregada
De ponta armada
Com os pontos cardeais
Da tua garganta...
Palavras minhas que vão
Furar por dentro o muro do eco
E nem que não queiras,
Hão-de dançar-te na boca
E possuir-te pela voz!
(Carmen Cupido in "Corpo do Poema")
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