Parece-me que a vida
É como apanhar as amoras silvestres da minha infância
Abro em mim
A imagem da recordação
Para verificar
Se sim ou não
Tem sentido
Uma tal comparação:
Vejo-me, menina
Lá vou eu,
De pé descalço
Devagarinho
Pé ante pé
A fazer de conta
Que não sinto
O picar das silvas
As minhas mãos
A ziguezaguear entre os picos
Como se estes fossem de algodão
Tal é a obsessão
Do gosto da amora madura
A derreter-se na minha boca
Afinal, tem sentido sim...
Diria mesmo que a vida é uma silva cheia de amoras!
(Carmen Cupido in "Corpo do Poema"
cARMEM
ResponderEliminarEstou aqui, pois A. Hernandez postou um de seus poemas e já sabia da capa maravilhosa que fez de seu Livro. Espero que tenha tido sucesso. Falar de A. Hernandez é calar ou gritar. Excepcional coração, figura humana inacreditável nos dias de hoje. Sua lavra Carmen é de coração exposto às lanças do futuro, medievais também , o sentimento quem o tem não muda, não se transforma em habitante passageiro...Parabens pelo livro, blog e palavras...
Um abraço
Cintia Thome, Olhos de Folha Minha
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