Os meus olhos, não os tenho
(Pássaros enfermos de saudade)
Mandei-os com o vento
Quando este bateu
À porta do pensamento
E já lá longínquos,
Poisaram; e se debruçaram
Sobre o parapeito do mar
Abriram de par em par
Janela da alma
Iris Dilatada, invasão de azuis
Que entraram por mim a dentro
E logo uma onda se me enrolou no peito
Como se meu coração de areia fina fosse feito
Bebeu, sedento
Odores de maresia e raios de sol...
Até cair, bêbado de alegria
E a saudade afogou-se no encher da maré!
(Carmen Cupido in "Corpo do Poema")
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