Navega sozinha
Num barco que já se esfuma
Arfando de cansado
Neste mar da vida tão agitado
Lá vai ela, vela ao vento
Embatendo na espuma
Das ondas da saudade
Dos sonhos sem idade
Que embalaram a sua infância
Navega às escuras
Sob um céu tão negro
Onde o diabo apagou
Todas as estrelas...
Mas ela, mar adentro, continua
E de medo nua
Não perde a esperança de avistar
A luz do seu farol!
(Carmen Cupido in "Corpo do Poema")