segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Corpo do Poema

(Body painting by Emma Hack)

Vou, inteira, no corpo do poema
Escrever-te, ao ouvido,
Os murmúrios desinquietos
Dos sonhos e sentimentos
Que ecoam aos quatro ventos
Desta rosa machucada que me sou

Gravei-me na pele; do corpo do poema
Para que me possas ler com os teus dedos
E tocar, mesmo quando eu não estou
As metáforas da minha dor
Obedientemente alinhadas no fonema

Tacteia os meus medos;
Mas não te queimes nos sóis cadentes
Que já caíram no mar do meu peito; onde encerro os segredos
Que só a fina pluma dos tantos poentes
Que me deixaste na cova da mão
Pode, alto, insinuar baixinho
A atrevida intenção
De te morder o coração
Pela ponta dos teus lábios!

(Carmen Cupido in "Corpo do Poema")

7 comentários:

  1. Sensibilíssimo !

    pura inspiração que vem dele, do corpo...e do poema...

    muito legal seu blog !

    abraço

    Joe

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  2. Em outro Corpo de outro Poema:
    REVERSO


    Teu peito
    provocante
    aberto

    e descoberto a fios
    de madrugada
    respira ainda o beijo
    quente
    o ventre
    líquido e substancial
    do teu corpo em verso
    violento


    João

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  3. No corpo de poema os murmúrios desinquietos ecoem aos quatro ventos, as metáforas da tua dor cacteiam os teus medos.

    Lindo amiga este teu poema, " Corpo de Poema".
    Parabéns!
    beijo
    Isa

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  4. Quero conquistar esse movimento!
    De um corpo valorizado
    Esperando dele o inesperado
    Transbordando sentimentos.

    "Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
    Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
    Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram
    E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram" Estrela da tarde
    Jeanne Mas En rouge et noir

    En rouge et noir, j'exilerai ma peur
    J'irai plus haut que ces montagnes de douleur
    En rouge et noir, j'afficherai mon cœur
    En échange d'une trêve de douceur
    En rouge et noir, mes luttes mes faiblesses
    Je les connais, je voudrais tellement qu'elles s'arrêtent
    En rouge et noir, drapeau de mes colères
    Je réclame un peu de tendresse.

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  5. Amiga Carmen vi visitá-la e ver alguns dos seus riquissímos poemas... lindos, lindos, lindos!!!
    Parabéns!
    E obrigada pela partilha...
    Um grande beijo
    sua amiga
    isabel
    PS: ainda vou encontrar o seu livro...

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  6. Amiga estou de volta para ler mais alguns dos seus poemas.
    Beijinhos
    isabel

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  7. Olá amiga Carmen,
    vim visitá-la,
    senti saudade de ler os seus poemas.
    Sempre que os venho ler, encontro algo de novo. Não é por acaso que se diz que a poesia é a preguiça da prosa. Na prosa lemos tudo de uma vez, na poesia encontramos em todas as vezes, que a lemos, sentidos diferentes... dependentemente do nosso estado de espirito.
    Um forte abraço amiga Carmen.

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